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Médicos Dentistas

França já é o principal destino dos médicos dentistas portugueses

França já é o principal destino dos médicos dentistas portugueses

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) revelou que França (27,6%) foi o principal destino dos médicos dentistas que optaram por deixar de exercer em Portugal. O país ultrapassou o Reino Unido (23,5%) como destino, durante o ano passado, informa o estudo “Números da Ordem”.

Em comunicado, a OMD revela ainda que o número de profissionais com inscrição ativa e a exercer em Portugal quase duplicou em relação a 2010. No final de 2021 existiram 12 235 profissionais. Em 2010, era de 6 905. De 2020 para 2021, o número de dentistas ativos em Portugal aumentou 5,1%.

Apesar deste aumento, o número de médicos dentistas que suspenderam a inscrição na OMD aumentou 8,4%, totalizando 1819. No total, a 31 de dezembro de 2021, 12,9% do total de médicos dentistas tinham suspendido a inscrição. Destes, 60% têm menos de 41 anos. A principal razão (67%) que motivou a suspensão é o exercício no estrangeiro.

O aumento do número de profissionais ativos em Portugal levou ao crescimento rácio de dentistas por cada habitante, atingindo no final de 2021, um médico dentista para 846 pessoas, quando era de 884 residentes no ano anterior.

As projeções da OMD apontam para que o número de dentistas por residente atinja 685 em 2025, cada vez mais distante do valor de referência da Organização Mundial de Saúde (OMS) que recomenda 1 dentista por cada 2 000 residentes.

A distribuição de médicos dentistas no território apresenta uma disparidade muito relevante. A Área Metropolitana do Porto, Viseu Dão-Lafões e Coimbra com 598, 674 e 751 habitantes por profissional ocupam os três primeiros lugares das regiões com maior número de médicos dentistas. As regiões que contam com menor disponibilidade, inclusivamente aquém do recomendado pela OMS, são o Baixo Alentejo, Alentejo Litoral e Lezíria do Ribatejo, 2 345, 3 193 e 1950 habitantes por médico dentista.

Perfil dos médicos dentistas inscritos na OMD

Em 2021, a média de idades dos médicos dentistas com inscrição ativa em Portugal manteve-se nos 40 anos. No entanto, cerca de 70% dos membros inscritos ou 8 514 médicos dentistas têm até 45 anos.

O peso dos membros de sexo feminino no total de membros da OMD atingiu 61,6%, com a taxa de feminização a crescer todos os anos, tendo atingido 160%.

Entre as camadas mais jovens, a prevalência do sexo feminino é ainda mais acentuada. Entre os médicos dentistas com 30 anos ou menos, 73% são mulheres.

O número de alunos a frequentar as sete escolas que formam médicos dentistas continua a aumentar. Em 2021, 3 840 estudantes frequentavam o mestrado integrado em medicina dentária, mais 69 que em 2020 e mais 436 que há cinco anos.

“O mercado de trabalho nacional está com uma cada vez maior saturação, originando uma progressiva precarização e desvalorização da profissão e o aumento dos fluxos migratórios para exercício da profissão em outros países, nomeadamente dos mais jovens”, declara o bastonário da OMD, Miguel Pavão.

“Apesar do aumento consistente do número de profissionais inscritos na Ordem, num contexto complexo que vivemos, aumentam as dificuldades económicas de acesso à Saúde Oral, por uma parte cada vez maior dos portugueses, pelo que se torna urgente encontrar mecanismos que salvaguardem a saúde dos portugueses e o acesso à mesma”, conclui.

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